terça-feira, 4 de maio de 2010

O Golpe Militar de 1964

Em 1964 os militares, através de um golpe, tomaram o poder em Brasília e mudaram radicalmente a História do Brasil. Naquela época, todos os direitos do povo foram proibidos, havia a Censura Federal que fiscalizava músicas, programas de TV, filmes, peças de teatro etc. Houve grande revolta popular contra a ditadura militar, o que resultou numa grande onda de violência tanto por parte da população revoltada quanto dos militares; mas tortura foi obra exclusiva dos militares, assim como a deportação de artistas. O texto a seguir faz parte de um livro que foi vendido nas escolas no início dos anos 80, de acordo com o referido livro, o autor defende a posição tomada pelos militares, considerando-a como um ato heróico para trazer de volta ordem e a paz ao país. No livro não conta a cidade onde foi publicado, mas deve-se tratar de alguma cidade mineira, pois faz alusão ao referido Estado. Leiam o texto na íntegra e vejam como um defensor da ditadura tenta enganar a população e esconder o que realmente se passava no Brasil no período da ditadura (1964-1985). Eis o texto:

REVOLUÇÃO DE 31 DE MARÇO DE 1964

O movimento militar de 31 de março de 1964 é, sem dúvida alguma, o mais recente grito de revolta dos brasileiros, que a exemplo de seus antepassados, quiseram uma Pátria livre. O descontentamento que acabou por dar origem ao movimento revolucionário, iniciou-se quando o presidente do Brasil, Jânio da Silva Quadros, tomou algumas atitudes esquerdistas, principalmente quando condecorou o revolucionário cubano Ernesto Che Guevara. Isto causou um grande impacto em toda nação. Jânio Quadros renunciou ao poder a 25 de agosto de 1961. Para substituí-lo assumiu a presidência o vice-presidente João Belchior Goulart. Este foi ainda mais infeliz no governo. Levava o país ao caos, gerado por desordens. João Goulart com alguns partidários seus, como Leonel Brizola e Miguel Arrais e o próprio Ministro da Guerra, por ele escolhido, Jair Dantas Ribeiro, não escondiam mais suas tendências comunistas, como deixaram bem claro, no comício realizado a 13 de março de 1964. Contava também com a solidariedade do presidente da CGT. O país estava sendo agitado constantemente por greves, revoltas e passeatas estudantis, às vezes por motivos bem fúteis. O custo de vida subia assustadoramente e os brasileiros não se sentiam seguros. Não era possível que a situação continuasse. Então, homens de fibra como o Gen. Humberto de Alencar Castelo Branco, o General Olímpio Mourão Filho, General Cordeiro de Farias, General Costa e Silva, General Justino Alves Sampaio, General Ulhoa Cintra, General Ademar de Queiroz, General Amauri Kruel deram asas ao movimento revolucionário que antes já vinham tramando sigilosamente. Tomou ímpeto o movimento, após o problema dos marinheiros revoltosos que não acataram ordens do Ministro da Marinha. Este recorreu às forças do Exército para prendê-los.
O presidente do país colocou-se ao lado dos marinheiros e através do Sr. Darci Ribeiro, deu a entender que o assunto era somente da alçada da marinha, deixando de fora as forças do Exército. Demitiu o Ministro da Marinha, substituindo-o pelo Almirante Paulo Mário que também o apoiava. Este desafio às Forças Armadas, feito pelo presidente João Goulart, ocorreu a 26 de março de 1964. A paciência da Forças Armadas esgotou-se. Inúmeras eram as desordens que eles já haviam verificado nos sindicatos e órgãos do governo. Então, o Exército Brasileiro levantou suas armas. O General Olímpio Mourão Filho, Comandante da 4a Região Militar de Minas Gerais, reuniu suas tropas e partiu para a Guanabara, para enfrentar o 1o Exército que defendia o Presidente. Este teria sido inevitável e o sangue teria jorrado, sacrificando inúmeros brasileiros, se o 1o Exército não tivesse aderido à causa dos revoltosos. Quando isto aconteceu, o Presidente João Goulart fugiu covardemente para o Uruguai. Tomou posse em seu legar assumindo a Presidência da República, o Presidente da Câmara dos Deputados Raniere Mazzilli. A revolução de 31 de março de 1964 inaugurou uma nova fase na política brasileira, reimplantando o regime da ordem, da disciplina e do progresso. Os grandes ideais de liberdade foram restaurados por civis e militares, num movimento incruento, dentro da ordem e respeito às leis e autoridades, preservando a Pátria também, de um perigoso processo de desagregação. Após Raniere Mazzilli, assumiram a Presidência: o Marechal Humberto de Alencar Castelo Branco, eleito pelo congresso, Marechal Artur da Costa e Silva, Emílio Garastazu Médici, Ernesto Geisel e o atual presidente João Batista de Figueiredo. Dos civis que mais lutaram pela reconquista da ordem em nosso país, sendo taxados de inteiramente revolucionários, temos a lembrar o nosso inesquecível governador Magalhães Pinto, Danilo Moreira, deputado, que através do rádio e televisão levantava o espírito de Minas. Osvaldo Pierucetti. Não podemos esquecer os militares de Belo Horizonte como: Comandante Carlos Luiz Guedes, da 4a Região e o Comandante José Geraldo, da Polícia Militar.

CARVALHO, Geraldo Magela de. Atlas Ecos de Conhecimentos Gerais. [S. l.]: Ecos, [1981 ou 1982].